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terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra.

As notícias sobre o planeta não são as melhores no dia em que se comemora o Dia Internacional da Terra.
A temperatura em todo o mundo está a aumentar graças ao dióxido de carbono que os homens enviam todos os dias para a atmosfera.
O alerta chega da comunidade científica que é bem clara ao afirmar que este aumento de temperatura irá provocar até ao ano de 2050 a extinção de milhares de espécies animais.
Mas há mais avisos e todos eles preocupantes.
As águas dos oceanos vão subir e provocar grandes inundações em diversos pontos do planeta e daí que muitas das cidades que se encontram em zonas costeiras sejam alvo de risco sério de destruição.
Outro dos alertas que surge neste Dia da Terra tem a ver com as doenças tropicais que devem aumentar em larga escala e dar origem a um surto de epidemias, mesmo em regiões onde este tipo de doenças já foi erradicado.
Por cá a associação ambientalista Quercus também assinala o Dia da Terra com alertas para as consequências das alterações climáticas no litoral e inicia a campanha ECOTOUR 2007.
Entre as várias actividades previstas o destaque vai para a que está relacionada com a colocação junto à Ponte D. Luís, no Cais da Ribeira, no Porto, de uma régua gigante com 7 metros de altura por 2 metros de largura com a marcação dos cenários de subida do nível do mar previstos pelos cientistas portugueses e mundiais para as próximas décadas como consequência das alterações climáticas.
Como forma de alerta e sensibilização serão igualmente distribuídos pequenos moinhos de vento com dicas de como poderá cada cidadão contribuir para combater o aquecimento global.

Deixamos também aqui a mensagem de sensibilização proferida há mais de uma década numa Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente, e que infelizmente para todos nós e para a nossa "terra" ainda se encontra muito actual.
Ouça e pense nestas palavras...de"Severn Suzuki" da Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente, durante a ECO 92 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente eo Desenvolvimento.
A Terra é agora a nossa casa, amanhã o lar dos nossos filhos.

"Olá! Eu sou Severn Suzuki.
Represento, aqui na ECO, a Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente.
Somos um grupo de crianças do Canadá, de 12 e 13 anos, tentando fazer a nossa parte, contribuir.
Vanessa Sultie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu.
Foi através de muito empenho e dedicação que conseguimos o dinheiro necessário para virmos de tão longe, para dizer a vocês, adultos, que têm que mudar o seu modo de agir.Ao vir aqui, hoje, não preciso de disfarçar o meu objectivo: estou lutando pelo meu futuro.
Não ter garantias quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.
Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir.
Estou aqui para defender as crianças que passam fome pelo mundo e cujos apelos não são ouvidos.
Estou aqui para falar em nome das incontáveis espécies de animais que morrem em todo o planeta, porque já não têm aonde ir.
Não podemos mais permanecer ignorados!Eu tenho medo de apanhar sol, por causa do buraco na camada de ozono.
Eu tenho medo de respirar este ar, porque não sei que está contaminado com substâncias químicas.
Eu costumava pescar em Vancouver, com meu pai, até que, recentemente, pescamos um peixe com cancro.
E, agora, temos conhecimento que animais e plantas estão a ser destruídos e extintos dia após dia.Eu sempre sonhei em ver grandes manadas de animais selvagens, selvas e florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas.
E, hoje, eu pergunto-me se os meus filhos vão poder ver isso.
Vocês preocupavam-se com estas coisas quando tinham a minha idade?Tudo isto acontece bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos a agir como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.
Sou apenas uma criança e não tenho todas as soluções; mas, quero que saibam que vocês também não as têm.Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozono.
Vocês não sabem como salvar os peixes das águas poluídas.
Vocês não podem ressuscitar os animais extintos.
E vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje há desertos.
Se vocês não podem recuperar nada disto, por favor, párem de destruir!Aqui, vocês são os representantes dos vossos governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos; mas, na verdade, vocês são mães e pais, irmãs e irmãos, tias e tios.
E todos, também, são filhos.Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 biliões de pessoas; e que, ao todo, somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo.
Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta realidade.Sou apenas uma criança, mas sei que estes problemas atingem-nos a todos e que deveríamos agir como se fôssemos um único mundo, rumo a um único objectivo.
Estou com raiva, não estou cega e não tenho medo de dizer ao mundo como me sinto.No meu país, geramos tanto desperdício!
Compramos e deitamos fora, compramos e deitamos fora, compramos e deitamos fora...
E nós, países do Norte, não partilhamos com os que precisam.
Mesmo quando temos mais do que o suficiente, temos medo de perder as nossas riquezas e medo de partilhá-las.
No Canadá, temos uma vida privilegiada, com fartura de alimentos, água e casa.
Temos relógios, bicicletas, computadores e televisões.Há dois dias, aqui no Brasil, ficamos chocados quando estivemos com crianças que vivem nas ruas.
Ouçam o que uma delas nos contou:
"Eu gostaria de ser rica; e, se o fosse, daria a todas as crianças da rua alimentos, roupas, remédios, casa, amor e carinho".
Se uma criança de rua, que nada tem, ainda deseja compartilhar, por é que nós, que tudo temos, somos ainda tão mesquinhos?Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar onde nascemos faz uma grande diferença.
Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio.
Poderia ser uma criança faminta da Somália, ou uma vítima da guerra no Médio oriente; ou, ainda, uma mendiga na Índia.Sou apenas uma criança; mas, ainda assim, sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para encontrar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!Na escola, desde o jardim da infância, vocês ensinaram-nos a sermos bem-comportados.
Vocês ensinaram-nos a não brigar com as outras crianças, a resolver as coisas da melhor maneira, a respeitar os outros, a arrumar as nossas coisas, a não maltratar outras criaturas, a dividir e a não sermos mesquinhos. Então por que é que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a NÃO fazer?Não se esqueçam do motivo de estarem a assistir a estas conferências e para quem estão fazendo isto.
Vejam-nos como os seus próprios filhos.
São vocês que estão aqui e agora a decidir em que tipo de mundo nós iremos crescer.
Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes:
"Vai ficar tudo bem, estamos a fazer o melhor que podemos, não é o fim do mundo".
Mas, não acredito que vocês nos possam dizer isso...
Nós estamos nas vossas listas de prioridades?O meu pai sempre disse: "Você é aquilo que faz, não o que diz".
Bem... O que vocês fazem, faz-nos chorar à noite.Vocês, adultos, dizem que nos amam...
Eu desafio-vos :
Por favor, façam com que as vossas acções reflictam as vossas palavras.Obrigada!"

No Dia Mundial da Terra, vamos recordar uma invenção “amiga” da terra e do ambiente e que vem do outro lado do Atlântico.
Produzir energia com garrafas de água colocadas nos telhados...
Em 2002, um mecânico brasileiro resolveu a falta de energia eléctrica na sua oficina, colocando no telhado garrafas plásticas cheias de água limpa, com duas tampinhas de água sanitária e filme de máquina fotográfica.
Esta "ideia luminosa” foi comprovada por técnicos de São Paulo e pela vizinhança, que só vê vantagens na invenção, quer em termos ambientais como económicos, até porque a factura da electricidade baixou.
No Dia Mundial da Terra, conheça as “lâmpadas ecológicas” com o vídeo que lhe disponibilizamos no blog.
E você o que faz em prol da terra?
Participe ou Denuncie no X da questão.

1 comentário:

3RRR (Henrique Freitas) disse...

Ouvi atentamente o 1ª ouvinte a participar e apenas um ou outro reparo:

-Há mais do que um jornal gratuito, e um deles não é pago pelos contribuintes, e se o jornal é deixado pelo chão é porque as pessoas são mal-educadas e, desculpar-me-ão o termo, porcas.
-As iluminações de Natal deverão sim estar ligadas desde o início de Dezembro (não desde Novembro) até o Santo Amaro, mais conhecido pelo "varrer dos armários". Sendo o nosso maior cartaz turístico, deve ser tratado com carinho. E quem de nós não gosta de ver a cidade, desde a baía até as montanhas, toda iluminada?
Em relação ao lixo, nestes dias de chuva reparámos que pelas ribeiras vinham muitos sacos de lixo na água. Ora o lixo está lá porque alguém o deitou na ribeira.
De qualquer forma, ainda há muito para fazer para que se consiga realmente reduzir o lixo