Antena 1 RDP Madeira das 15 às 16 horas.

X

terça-feira, 29 de abril de 2008

Um dia acontece...


O Dia da Dança celebra-se a 29 de Abril.

O poder curativo e unificador da dança como linguagem universal é sublinhado na mensagem deste ano do Dia Mundial da Dança, que se assinala um pouco por todo o país com espectáculos, debates e outras iniciativas de diversas companhias.

Criado em 1982 por iniciativa do Comité da Dança do Instituto Internacional do Teatro, o Dia Mundial da Dança, 29 de Abril, celebra o nascimento do coreógrafo francês Jean-Georges Noverre (1727-1810), criador do ballet moderno e grande impulsionador da dança.


A mensagem de 2008 intitula-se "O espírito da dança não tem cor", foi escrita pela coreógrafa e bailarina sul-africana Gladys Faith Agulhas, premiada pelo trabalho que tem desenvolvido ligando a dança, a educação e a integração social.




Na Madeira,um dos destaque vai para o documentário 'Corpo Eléctrico', produzido por Filipe Ferraz e Marta Leon, da Die4films.

Fruto de vários meses de gravações, o trabalho acompanha o dia-a-dia do grupo Dançando com a Diferença e é apresentado no Centro das Artes - Casa das Mudas pelas 20 horas.

A sessão é antecedida de um debate com Henrique Amoedo, coreógrafo e director do grupo Dançando com a Diferença, Elisabete Monteiro, coreógrafa e professora universitária, Ricardo Velosa, director do Centro das Artes - Casa das Mudas e escultor, Rui Horta, coreógrado e director artístico do 'Espaço do Tempo', Daniel Tércio, escritor e crítico de dança e Filipe Ferraz.


Destaque-se também uma estreia, a de 'Nu Corpo, a Inquietação', o mais recente trabalho da Trans(form)art (Associação Artística de Educação pela Arte na Madeira).

O espectáculo de dança e arte digital é apresentado, aqui, no auditório da RDP Madeira.

Resultado de coreografias de Teresa Norton, e de um trabalho de palco conjunto com Ercília Pereira e Hélder Freitas, aborda a problemática do corpo a vários níveis e a relação que as pessoas têm com ele.

'Nu Corpo, a Inquietação' está dividido em dois momentos distintos e é complementado com o trabalho de fotografia e vídeo de Rúben Freitas, um conjunto de obras em acrílico sobre tela e sobre madeira, intitulada 'Entre Portas' que estará paralelamente patente ao público.

'Nu Corpo, a Inquietação' é um espectáculo para maiores de 12 anos.
A entrada é livre.


Mas hoje é também o Dia Nacional do Sorriso.

Os sorrisos, sobretudo os femininos, exercem efeito terapêutico em pessoas depressivas, é o que indica o estudo do investigador freitas Magalhães.


O trabalho, da autoria do director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção da Universidade Fernando Pessoa, do Porto, foi realizado de 2003 a 2006, tendo por base 160 pessoas diagnosticadas com depressão (80 homens e 80 mulheres) com idades entre 25 e 60 anos.

O sorriso "largo" (quando os lábios deixam ver os dentes) e

o sorriso "superior" (que mostra apenas os dentes de cima)

são os de maior efeito terapêutico.


No estudo foram mostradas aos participantes 8 fotografias com quatro tipos de sorriso de homem e de mulher :


"Largo"

"Superior"

"Fechado" e

"de face neutra"


"O efeito dos tipos de sorriso largo e superior é mais intenso e frequente nas mulheres do que nos homens, independentemente do género de quem os exibe ", sendo que os das mulheres exercem mais efeito do que os dos homens, refere o estudo.


Foram também constatados efeitos terapêuticos do sorriso em função da idade, com o registo de índices de franca melhoria do estado de saúde mental na faixa etária dos 45-60 anos, em comparação com o grupo dos 25-44 anos.


De acordo com avaliações trimestrais do estado psicopatológico dos paci entes, verificou-se que, perante a exibição dos tipos de sorriso largo e superior, estes passaram a valorizar mais os pensamentos positivos do que os negativos.


O Prof. Freitas Magalhães, é o único psicólogo português que estuda as funções e repercussões do sorriso no desenvolvimento das emoções e das relações interpessoais, já investigou os efeitos do sorriso na percepção psicológica da afectividade, dos delinquentes, dos estereótipos, e nas diferenças de género, idade e cor de pele.


Estudou também o reconhecimento das emoções básicas através da expressão facial em diferentes grupos etários e em deficientes mentais, sendo autor de uma base de dados portuguesa sobre expressão facial da emoção e do livro "A Psicologia do Sorriso Humano", lançado pelas Edições Universidade Fernando Pessoa.
O cientista é fundador e director do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab).


No X da questão de hoje vamos também falar de um tenebroso caso, mais um infelizmente, que nos fazem pensar onde anda a polícia, os investigadores e a justiça.Não são novelas mas casos reais de profundo sofrimento,tortura e loucura levada ao extremo em pleno século XXI...



AÁustria conheceu nos últimos anos vários casos de sequestros, como foi o de Natascha Kampusch, raptada em 1998, quando tinha dez anos, por um homem que a privou da liberdade durante oito anos, na cave de uma casa nos subúrbios de Viena.
Em Agosto de 2006, Natascha aproveitou-se de um momento de distracção do sequestrador, Wolfgang Priklopil, para fugir.
Natascha Kampusch foi identificada por uma cicatriz no corpo, bem como pelo passaporte, deixado na cave onde esteve sequestrada.
Wolfgang Priklopil, de 44 anos, suicidou-se quando soube que era procurado pela Polícia.
Após a fuga, Natascha teve acompanhamento psicológico e revelou nutrir simpatia e afecto pelo sequestrador, o que foi diagnosticado como síndroma de Estocolmo.

Ontem surgia a notícia de mais uma menina e agora mulher, sequestrada numa cave pelo próprio pai há 24 anos!


O austríaco Josef Fritzl admitiu ter abusado sexualmente da filha Elisabeth durante os 24 anos em que a manteve presa na cave, disse à polícia que a prendeu para a livrar das drogas, porque «Ela era uma menina difícil».


A polícia austríaca encontrou no domingo passado o «calabouço» em que vivia em condições «infra-humanas» e sujeita a abusos sexuais que resultaram no nascimento de sete crianças.



O «calabouço» tem vários quartos estreitos e baixos, com uma altura máxima de 1,7 metros, com camas, instalações sanitárias e um pequeno espaço para cozinhar. Nem um televisor foi encontrado no local.

Elizabeth Fritzl teve sete filhos, um dos quais morreu poucos dias depois de nascer.


Através de cartas manipuladas, Josef Fritzl conseguiu dar a impressão de que Elizabeth se tinha juntado a uma «seita» e não queria saber dos filhos.

Segundo o testemunho de Elizabeth, o pai começou a abusar sexualmente dela aos 11 anos.

Desaparecida em 28 de Agosto de 1984, terá sido trancada pelo pai com abusos sexuais constantes.
O caso foi descoberto quando uma das filhas, Kerstin, de 20 anos, ficou doente e foi levada por Josef Fritzl ao hospital, descobrindo-se aí que a sua mãe constava como desaparecida nos registos policiais.
No segundo dia de depoimentos à polícia, Fritzl deu mais detalhes sobre a sua maneira de agir e sobre os motivos que o levaram a cometer os crimes.

Fritzl contou à polícia que o destino de 3 dos 7 filhos que teve com a filha foi traçado logo após o parto.

Como as crianças choravam muito, optou por retirá-las do cativeiro e levá-las para o andar de cima, onde morava com a esposa, também avó das crianças.
De acordo com a polícia, o austríaco revelou que levava roupas e comida à família que mantinha na cave da sua casa durante a noite.

Fritzl viajava muito para cidades vizinhas, onde fazia todas as compras para as quatro pessoas presas.
Descrito pela polícia como «autoritário» e «inteligente», Fritzl proibiu a mulher e os seis irmãos de Elisabeth de se aproximarem da cave.

Para se assegurar de que não seria alvo de suspeitas, o engenheiro queixava-se constantemente da falta de empenho da polícia para encontrar a filha.
Os vizinhos mostraram-se chocados com o caso. «Ele era reservado, mas cumprimentava-nos sempre de maneira amigável», disse um dos moradores do bairro.

Se for condenado, Fritzl poderá enfrentar uma pena até 15 anos de prisão.

Elisabeth, hoje com 42 anos, cinco dos seus seis filhos, e a sua mãe, Rosemarie, estão a ser tratados na clínica psiquiátrica Amstetten-Mauer e mantidos juntos numa ala isolada.

«Estão relativamente bem, mas naturalmente abalados com o que aconteceu», afirmou o chefe da clínica, Berthold Kepplinger.

Segundo o médico, manter toda a família no mesmo recinto é o melhor caminho, pois «terão a oportunidade de se conhecer melhor.

Já estão a conversar entre si», afirmou.
Rosemarie Fritzl e as três crianças que moravam na casa não sabiam do que acontecia na cave.

Kerstin Fritzl, a filha mais velha de Elisabeth, continua a ser tratada no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Amstetten.

Após viver 19 anos fechada numa cave, o seu estado de saúde ainda é considerado crítico pelos médicos.
«Ela nunca teve contacto com diversas bactérias, o seu sistema imunológico ainda está completamente aberto», afirmou o chefe da pediatria do hospital, Arnold Pollak.


Natascha Kampusch, que também viveu em cativeiro durante oito anos noutro caso que chocou a Áustria, disse estar disposta a ajudar Elisabeth e a sua família, inclusive financeiramente: «Temos de nos lembrar que eles cresceram numa cave e terão dificuldades no contacto social. Um pouco de dinheiro sempre ajuda».
Diga o que lhe vai na alma perante os temas propostos.
Participe.
Xana.

Sindrome de Estocolmo

A Síndrome de Estocolmo caracteriza-se por um afecto que a vitima desenvolve para com o seu raptor.
As pessoas que sofrem deste síndrome acabam por se identificar e até mesmo sentir  afecto  por aqueles que as sequestram, em um gesto desesperado e em geral inconsciente de preservação pessoal.
Para este processo ocorrer tem de existir certas características:

"
1 - num acontecimento traumático e extraordinariamente stressante, uma pessoa se sente prisioneira de um homem que a ameaça de morte caso desobedeça.
Logo, a única hipótese de sobreviver é a obediência.

2 - Com o passar do tempo a obediência, por si só, pode tornar-se algo menos segura - já que o raptor também sofre de stress, e uma mudança no seu humor poderia representar consequências desagradáveis para o prisioneiro.
Compreender o que pode resultar em actos de violência por parte do raptor, torna-se uma 2ª estratégia de sobrevivência .
Logo a pessoa aprende a conhecer quem a capturou.

3 - Um simples gesto de gentileza de parte do raptor, que pode se limitar simplesmente ao facto de ainda não ter morto o prisioneiro posiciona o raptor como que salvador do prisioneiro, em última análise como alguém bom..

4 - O raptor lentamente começa a parecer menos ameaçador, isto é, mais um instrumento de sobrevivência e protecção do que dano.

A vitima sofre como de uma ilusão auto-imposta:
a fim de sobreviver física e psicologicamente e de reduzir o inimaginável stress de sua situação, a vitima começa a acreditar que o raptor é seu amigo,e que ambos podem sair daquela situação. "


Obviamente que estas situações trazem danos irreparáveis para as vitimas, muitos dos quais se reflectem na sua auto-estima, na sua autonomia e claro está na socialização.

Além de atrasos na educação, a experiência ter-lhe-à deixado marcas profundas a nível emocional.

Os problemas que dai advêm são:

- Capacidade de tomar decisões.
(espera que lhe digam o que deve fazer e em particular aquilo que não deve fazer.)
Ouviu muitas vezes a palavra Não.( não grites,não podes sair).

- Visão distorcida da sexualidade ( aprendeu que as relações funcionam com um elemento mais fraco e outro subjugador).
Além disso quem é vitima, passa muitas vezes a abusador.

- Educação e relacionamento somente com o raptor.

Nestes casos é obrigatório acompanhamento psicológico às vitimas com os seguintes objectivos:

- O 1º passo consiste em promover o amor-próprio e a sua iniciativa ("dar valor ao que ela faz").

- Reaprender a relacionar-se com outras pessoas e a confiar nelas.

- Ultrapassar o receio e a desconfiança mas dificilmente será uma pessoa muito sociável.



    

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho.

Assinala-se hoje o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, uma data que pretende envolver e chamar a atenção dos empregadores e dos trabalhadores para a prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais.
Esta efeméride está associada ao Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho promovido em todo o Mundo pela Organização Internacional do Trabalho.

Desde 1996 que é comemorado em todo o mundo o dia 28 de Abril, como forma de homenagear as vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais.


A primeira cerimónia teve lugar em Nova Iorque, na Organização das Nações Unidas, onde foi aceso um memorial para recordar todos aqueles que perderam a vida enquanto trabalhavam ou adquiriram doenças relacionadas com a sua actividade profissional. Com esta primeira Jornada de Luto, estava consagrado o Dia Internacional de Luto pelas Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais.

A data foi escolhida para coincidir com as Jornadas Nacionais de Luto do 28 de Abril, previamente adoptadas pelo Congresso Canadiano do Trabalho.

Em 2001 esta comemoração foi reconhecida e apoiada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, actualmente, é celebrada oficialmente em inúmeros países.

Em Portugal, o dia 28 de Abril foi instituído como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, por Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001.
A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, o seguinte:

1. Instituir o dia 28 de Abril como o Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho.

2. Recomendar ao Governo, no âmbito das comemorações deste Dia Nacional, a realização de uma campanha de informação, formação e prevenção com o objectivo de reduzir os acidentes de trabalho.

3. Recomendar ao Governo a apresentação anual, à Assembleia da República, dos dados disponíveis relativos à sinistralidade laboral, bem como a informação das medidas tomadas e acções realizadas no decurso do ano, assim como as previstas para o ano seguinte, na área da prevenção e segurança no trabalho, e ainda todos os relatórios elaborados pelo Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho.
Está, portanto tudo previsto e regulamentado.
Na practica sente que estão a ser aplicadas essas medidas, nomeadamente a formação e a prevenção?
Que medidas foram tomadas na sua empresa, por forma a prevenir os acidentes de trabalho?
Participou em, algum tipo de acção de segurança no trabalho?
Se sofre ou sofreu alguma doença profissional a quem se dirigiu e como foi reslolvida a sua situação?
Qual o impacto da(s) sua(s) lesão em termos profissionais, económicos, psicológicos e na sua qualidade de vida?
Participe.
Xana.




sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 de Abril



Mais "quente" do que o dia de hoje 25 de Abril (de 2008), foi o de 1974.

Para aqueles que desconhecem, ou já não se lembram muito bem da história de um dos dias mais marcantes para a liberdade em Portugal aqui fica um link com a página oficial do
Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra com toda a informação essencial da revolução.









quarta-feira, 23 de abril de 2008

Fim de semana longo.



Vem aí um fim de semana longo...


Quem não gosta deste 25 de Abril ?!
O X da Questão regressa na próxima segunda-feira.
Divirtam-se.
Xana.


Escrito e Eterno.O livro.











A arte de saber escrever pode ser, a meu ver, comparada com a arte de saber cozinhar.

O mesmo que saber ler e comer.

É preciso um equilibrio literário-culinário.

Equilibrio Literário é saber escrever para o comum dos mortais.

Os que simplesmente saber ler, independentemente da idade ou da sua formação.

Comparando com a culinária seria uma refeição ligeira, que todos possam digerir, "tipo um prego no pão", que não se come sempre, mas que sabe sempre bem a toda a gente.

O equilibrio está, então, no saber escrever para os que gostam de "pregos no pão" e para os apreciadores da "nouvelle cuisine"que se pode equiparar aos excessivos escritos egrégios, por vezes ridículos, de alguns ilustres escritores.

A dose certa disto e daquilo, da narrativa corrida e perceptível com um toque de bom gosto é a alma de um bom livro, equilibrado e digerível.

A leitura deve ser um prazer, tal como a comida.

Mas variada!

Pergunto-me então porque motivo se lê tão pouco em Portugal?

E o que é que se anda a ler?

É o preço dos livros, é o hábito que teima em não se instalar, é o mau exemplo dos pais ou dos professores que não cultivam o gosto pela leitura?

Saramago, o nobel da literatura diz que "estamos um bocado aborregados".Lia-se numa notícia de ontem, que pode ler na íntegra aqui no blog.

"Aborregado" para quem não sabe é um adjectivo e significa semelhante a borrego;
diz-se do céu quando este apresenta nuvens como velos de lã branca;diz-se, dos glaciares, quando a sua frente se eleva e apresenta saliências arredondadas.


Palavra de Nobel...

Voltemos então à mesa onde escrevemos e lemos muitos dos nossos livros.

O que hoje importa sublinhar, é que o risco de má digestão de uns ou outros menús literários, só depende do estomago de cada um e da quantidade ingerida.

O que importa é ler, mas leia; leia de tudo um pouco para não ficar na tacanhice e pequenez de um só género seja ele qual fôr.

Leia o sabor narrativo, lírico e dramático.

Venha a sopa de romances, fábulas, crónicas e epopeias;

odes e sonetos;

sátiras e elegias.


Saboreie revistas, jornais, a Bíblia e todos os livros até os de quadradinhos.Sejam eles do take -away, fast-food, tradicional portuguesa, tapas, infantil ou vegetariano.

Venham os livros e até os restos, porque já o dizia e bem o escritor Pablo Neruda:

«Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música e quem não acha graça em si mesmo.»

Xana Abreu.

Outras leituras:

Byblos, a maior do país.

Livraria Esperança, a segunda maior do mundo.

Artigo do Jornal inglês, The Guardian, sobre as 10 melhores livrarias do mundo, onde aparece a Livraria Lello, no Porto e el Ateneo de Buenos Aires.

amsterdamworldbookcapital



terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia da Terra.

As notícias sobre o planeta não são as melhores no dia em que se comemora o Dia Internacional da Terra.
A temperatura em todo o mundo está a aumentar graças ao dióxido de carbono que os homens enviam todos os dias para a atmosfera.
O alerta chega da comunidade científica que é bem clara ao afirmar que este aumento de temperatura irá provocar até ao ano de 2050 a extinção de milhares de espécies animais.
Mas há mais avisos e todos eles preocupantes.
As águas dos oceanos vão subir e provocar grandes inundações em diversos pontos do planeta e daí que muitas das cidades que se encontram em zonas costeiras sejam alvo de risco sério de destruição.
Outro dos alertas que surge neste Dia da Terra tem a ver com as doenças tropicais que devem aumentar em larga escala e dar origem a um surto de epidemias, mesmo em regiões onde este tipo de doenças já foi erradicado.
Por cá a associação ambientalista Quercus também assinala o Dia da Terra com alertas para as consequências das alterações climáticas no litoral e inicia a campanha ECOTOUR 2007.
Entre as várias actividades previstas o destaque vai para a que está relacionada com a colocação junto à Ponte D. Luís, no Cais da Ribeira, no Porto, de uma régua gigante com 7 metros de altura por 2 metros de largura com a marcação dos cenários de subida do nível do mar previstos pelos cientistas portugueses e mundiais para as próximas décadas como consequência das alterações climáticas.
Como forma de alerta e sensibilização serão igualmente distribuídos pequenos moinhos de vento com dicas de como poderá cada cidadão contribuir para combater o aquecimento global.

Deixamos também aqui a mensagem de sensibilização proferida há mais de uma década numa Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente, e que infelizmente para todos nós e para a nossa "terra" ainda se encontra muito actual.
Ouça e pense nestas palavras...de"Severn Suzuki" da Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente, durante a ECO 92 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente eo Desenvolvimento.
A Terra é agora a nossa casa, amanhã o lar dos nossos filhos.

"Olá! Eu sou Severn Suzuki.
Represento, aqui na ECO, a Organização das Crianças em Defesa do Meio Ambiente.
Somos um grupo de crianças do Canadá, de 12 e 13 anos, tentando fazer a nossa parte, contribuir.
Vanessa Sultie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu.
Foi através de muito empenho e dedicação que conseguimos o dinheiro necessário para virmos de tão longe, para dizer a vocês, adultos, que têm que mudar o seu modo de agir.Ao vir aqui, hoje, não preciso de disfarçar o meu objectivo: estou lutando pelo meu futuro.
Não ter garantias quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.
Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir.
Estou aqui para defender as crianças que passam fome pelo mundo e cujos apelos não são ouvidos.
Estou aqui para falar em nome das incontáveis espécies de animais que morrem em todo o planeta, porque já não têm aonde ir.
Não podemos mais permanecer ignorados!Eu tenho medo de apanhar sol, por causa do buraco na camada de ozono.
Eu tenho medo de respirar este ar, porque não sei que está contaminado com substâncias químicas.
Eu costumava pescar em Vancouver, com meu pai, até que, recentemente, pescamos um peixe com cancro.
E, agora, temos conhecimento que animais e plantas estão a ser destruídos e extintos dia após dia.Eu sempre sonhei em ver grandes manadas de animais selvagens, selvas e florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas.
E, hoje, eu pergunto-me se os meus filhos vão poder ver isso.
Vocês preocupavam-se com estas coisas quando tinham a minha idade?Tudo isto acontece bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos a agir como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.
Sou apenas uma criança e não tenho todas as soluções; mas, quero que saibam que vocês também não as têm.Vocês não sabem como reparar os buracos na camada de ozono.
Vocês não sabem como salvar os peixes das águas poluídas.
Vocês não podem ressuscitar os animais extintos.
E vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje há desertos.
Se vocês não podem recuperar nada disto, por favor, párem de destruir!Aqui, vocês são os representantes dos vossos governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos; mas, na verdade, vocês são mães e pais, irmãs e irmãos, tias e tios.
E todos, também, são filhos.Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 biliões de pessoas; e que, ao todo, somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo.
Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta realidade.Sou apenas uma criança, mas sei que estes problemas atingem-nos a todos e que deveríamos agir como se fôssemos um único mundo, rumo a um único objectivo.
Estou com raiva, não estou cega e não tenho medo de dizer ao mundo como me sinto.No meu país, geramos tanto desperdício!
Compramos e deitamos fora, compramos e deitamos fora, compramos e deitamos fora...
E nós, países do Norte, não partilhamos com os que precisam.
Mesmo quando temos mais do que o suficiente, temos medo de perder as nossas riquezas e medo de partilhá-las.
No Canadá, temos uma vida privilegiada, com fartura de alimentos, água e casa.
Temos relógios, bicicletas, computadores e televisões.Há dois dias, aqui no Brasil, ficamos chocados quando estivemos com crianças que vivem nas ruas.
Ouçam o que uma delas nos contou:
"Eu gostaria de ser rica; e, se o fosse, daria a todas as crianças da rua alimentos, roupas, remédios, casa, amor e carinho".
Se uma criança de rua, que nada tem, ainda deseja compartilhar, por é que nós, que tudo temos, somos ainda tão mesquinhos?Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar onde nascemos faz uma grande diferença.
Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio.
Poderia ser uma criança faminta da Somália, ou uma vítima da guerra no Médio oriente; ou, ainda, uma mendiga na Índia.Sou apenas uma criança; mas, ainda assim, sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para encontrar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!Na escola, desde o jardim da infância, vocês ensinaram-nos a sermos bem-comportados.
Vocês ensinaram-nos a não brigar com as outras crianças, a resolver as coisas da melhor maneira, a respeitar os outros, a arrumar as nossas coisas, a não maltratar outras criaturas, a dividir e a não sermos mesquinhos. Então por que é que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a NÃO fazer?Não se esqueçam do motivo de estarem a assistir a estas conferências e para quem estão fazendo isto.
Vejam-nos como os seus próprios filhos.
São vocês que estão aqui e agora a decidir em que tipo de mundo nós iremos crescer.
Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes:
"Vai ficar tudo bem, estamos a fazer o melhor que podemos, não é o fim do mundo".
Mas, não acredito que vocês nos possam dizer isso...
Nós estamos nas vossas listas de prioridades?O meu pai sempre disse: "Você é aquilo que faz, não o que diz".
Bem... O que vocês fazem, faz-nos chorar à noite.Vocês, adultos, dizem que nos amam...
Eu desafio-vos :
Por favor, façam com que as vossas acções reflictam as vossas palavras.Obrigada!"

No Dia Mundial da Terra, vamos recordar uma invenção “amiga” da terra e do ambiente e que vem do outro lado do Atlântico.
Produzir energia com garrafas de água colocadas nos telhados...
Em 2002, um mecânico brasileiro resolveu a falta de energia eléctrica na sua oficina, colocando no telhado garrafas plásticas cheias de água limpa, com duas tampinhas de água sanitária e filme de máquina fotográfica.
Esta "ideia luminosa” foi comprovada por técnicos de São Paulo e pela vizinhança, que só vê vantagens na invenção, quer em termos ambientais como económicos, até porque a factura da electricidade baixou.
No Dia Mundial da Terra, conheça as “lâmpadas ecológicas” com o vídeo que lhe disponibilizamos no blog.
E você o que faz em prol da terra?
Participe ou Denuncie no X da questão.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Judicializar os afectos. Esmeralda e os seus 5 "pais"


O Tribunal de Torres Novas adia por 90 dias a entrega de Esmeralda Porto, de seis anos, ao pai biológico, Baltazar Nunes.



A menina que está à guarda de Luís Gomes e Adelina Lagarto desde os três meses, deveria ter sido entregue ao pai biológico, que vive na Sertã, no passado Sábado.
No despacho divulgado hoje, a juíza do processo, Sílvia Pires, adiou a entrega da criança por mais 90 dias, mas intensificou os contactos semanais com os pais para facilitar a sua integração.
"Neste momento não estão reunidas as condições que permitam esperar que a integração da menor no seio da família paterna ocorrerá sem custos demasiado elevados para a saúde e equilíbrio psíquico da menor", refere o despacho.

Durante as próximas duas semanas, o casal que tem a sua guarda vai continuar a levar a menor uma vez por semana a casa dos pais, Aidida Porto e Baltazar Nunes.

Depois, caberá aos pais ir buscar a menor uma vez por semana ao infantário de Torres Novas e entregá-la depois de jantar, podendo ainda passar os sábados com a criança, em semanas alternadas.

Para que estes contactos tenham sucesso, "é necessário um maior empenhamento dos intervenientes" pelo que o "o tribunal aguarda com expectativa que o casal concretize em actos as suas intenções como já o fizeram na visita de 11 de Abril, que decorreu num ambiente securizante e gratificante para a menor".

O casal Adelina Lagarto e Luís Gomes, os pais e as técnicas de Reinserção Social que fazem o acompanhamento da menor são exortadas a incentivar a menor a "ficar no local da visita", cumprindo as ordens do tribunal.

Além disso, o tribunal indicou o departamento de pedo-psiquiatria do hospital de Santarém para acompanhar a situação da menor, substituindo os médicos do Centro Hospitalar de Coimbra (CHS).

A defesa de Baltazar Nunes já anunciou que iria accionar os clínicos criminalmente depois do último relatório, pelo que se gerou uma situação de "desconforto".

Com quem deve esta criança ficar?
Com o "pai" e a "mãe" que conhece desde os 3 meses de idade e que genéticamente não lhe dizem nada, mas afectivamente são tudo o que Esmeralda tem; ou com o "pai" e a companheira deste, que tem o mesmo sangue e que desconhece por completo?
Eis o X da questão...
Participe.

Xana.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Joshua Bell. A arte fora de contexto.

Hoje o programa vai abordar os contextos.
O que é, pode ou deve estar em "contexto".
Quem se põe em contexto e quem define os contextos.
Passo a explicar:

Numa iniciativa do jornal Washington Post, Joshua Bell, um dos mais famosos violinistas do mundo tocou incógnito, com o seu Stradivarius de 1713 avaliado em 3,5 milhões de dólares, durante 45 minutos na estação L`Enfant Plaza no centro de Washington entre as 07.15 e as 8 da manhã.

Três dias antes, Bell tinha tocado no Symphony Hall em Boston, onde os lugares custam mais de cem dólares, mas na estação de Metro foi praticamente ignorado pela esmagadora maioria das 1.097 pessoas que passaram à sua frente durante esse período de tempo.
No Symphony Hall estava em contexto.
No Metro não...
No Metro practicamente ninguém lhe ligou.
A excepção foram as crianças, que, inevitavelmente, e perante a oposição do pai ou da mãe, queriam parar para escutar Bell, algo que, diz o jornal, pode indicar que todos nascemos com poesia e esta é depois, lentamente, sufocada dentro de nós...

A roupa.

Joshua, vestido de jeans e t-shirt branca e com boné de um clube de basebol local, começou por interpretar "Chaconne", de Johann Sebastian Bach, que é, na sua opinião, "não só uma das maiores peças musicais jamais compostas, mas também um dos grandes sucessos de qualquer homem na história".

Este facto, obviamente, não impressionou os utentes do Metro, só passados 3 minutos e meio é que alguém decidiu recompensar o violinista deitando um dólar na caixa do violino. E só passados 6 minutos, alguém parou para escutar Joshua Bell.
"Foi uma sensação muito estranha aperceber-me de que as pessoas me estavam a ignorar", disse Bell, habituado a ouvir palmas dos amantes da música.

"Num concerto eu fico irritado se alguém tosse ou se um telemóvel toca. Mas na estação de Metro as minhas expectativas rapidamente diminuíram. Comecei a ficar agradecido pelo mínimo dos reconhecimentos, mesmo um simples olhar. E fiquei muito agradecido quando alguém punha um dólar na caixa e não apenas alguns trocos”.

Os resultados surpreenderam também o director nacional da Orquestra Sinfónica Nacional, Leonard Slatkin, que declarou ao jornal esperar que, em cada mil utentes, "35 ou 40 reconhecessem a qualidade e entre 75 e 100 parassem para escutar".

O próprio Washington Post tinha adoptado medidas para o caso de a presença de Joshua Bell provocar uma acumulação de transeuntes e "engarrafamentos" na estação de Metro, preocupações que provaram ser totalmente escusadas.

Para Bell, o pior foi quando acabou de tocar "Chaconne" e "nada aconteceu".
"As pessoas, que não notaram que eu estava a tocar, também não notaram que eu tinha acabado", disse Bell, que, como prodígio do violino, está habituado desde muito jovem a enormes aplausos.

Depois de "Chaconne", Joshua Bell tocou "Ave Maria", de Franz Schubert, e "Estrellita", de Manuel Ponce, e a indiferença foi quase total.
Apenas 7 pessoas pararam por alguns, poucos, minutos para o escutar.

Mas o "herói cultural" da experiência do Washington Post foi John Picarello, um inspector dos Correios que se dirigiu para o músico quando este começou a tocar "Chaconne".
Picarello escutou Bell durante 9 minutos e disse ao jornal ter notado imediatamente tratar-se de "um violinista soberbo".

"Nunca ouvi ninguém deste calibre, tecnicamente muito bom e com um violino com excelente som", descreveu Picarello, que se mostrou "espantado" pelo facto de a música de Bell não estar "a interessar a ninguém".

O inspector dos Correios deu cinco dólares a Joshua Bell sem saber de quem se tratava.

Foi quase já no fim do "concerto de metro" que alguém finalmente reconheceu o violinista.
Stacy Furukawa, uma funcionária no Departamento do Comércio, tinha, três semanas antes, ido a um concerto de Bell na biblioteca do Congresso e não pôde acreditar no que estava a ouvir na estação de Metro.

"Joshua Bell a tocar à hora de ponta e as pessoas passam, não olham e alguns atiram moedas de 25 cêntimos para dentro da caixa do violino.
25 cêntimos!
Que tipo de cidade é esta em que isto pode acontecer?", disse Stacy ao jornal.

O sucedido motiva o debate:
A presença de Bell no Metro foi um caso de "lançar pérolas a porcos"?
É a beleza um facto objectivo que se pode medir ou apenas uma opinião?
Mark Leitahuse, um dos directores da Galeria Nacional de Arte, afirmou ao jornal não estar surpreendido, porque a arte tem de estar "em contexto".
Ou seja, pode-se tirar de um museu uma pintura famosa no valor de cinco milhões de dólares, levá-la para um restaurante e "ninguém notará".
Mesmo um especialista poderá apenas observar que se trata de uma boa cópia e continuar a comer.

Tudo é, portanto, uma questão de contexto".

Para outros, como o escritor John Lane, a experiência é um indicativo da "perda da capacidade de se apreciar a beleza".

O escritor disse ao Washington Post que o que aconteceu não significa que "as pessoas não tenham a capacidade de compreender a beleza, mas sim que ela deixou de ser relevante para elas".

Bell assinalou ao jornal ter recebido dos utentes do Metro um total de 32,17 dólares pelos 43 minutos que tocou.
Não foi "muito mau", considerou...

"Isto dá 40 dólares à hora, pelo que penso que poderia viver sem ter de pagar a um agente", ironizou.

Joshua Bell recebeu o prémio de melhor músico clássico dos Estados Unidos. Pelo que não há dúvidas de que alguém reconhece o seu valor e a beleza da sua música ainda que em contexto...
E nós?
Quantas vezes não apreciamos tantas coisas apenas porque não estão em contexto?
A arte em sítios próprios é mais arte?
Então porque motivo tantos fazem questão de frequentar cerimónias, lançamentos, concertos e inaugurações de exposições se maior parte das vezes abrem e fecham o livro só pelo autógrafo, vai-se ao concerto para marcar presença, e nas exposições fica-se de costas para os quadros?
Que sociedade é esta que faz das "Artes" e da "Cultura" um instrumento pessoal e descartável de vaidade?
Não se apercebem os músicos, escritores, fotógrafos e pintores que maior parte do seu público ali está só e apenas para ver e ser visto?
A hipocrisia nas Artes e Cultura é recíproca; uma não vive sem a outra?
O que define a qualidade de uma "obra"? o seu preço, a sua diferença ou o estatuto pre-adquirido de quem a concebeu?
Onde andam os "verdadeiros artistas"?
Xana.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Hoje é o Dia Mundial da Voz.


No programa de hoje continuaremos a falar da lei do divórcio, mas não podemos deixar de fazer referência à efeméride que hoje se assinala.

O Dia Mundial da Voz.

Instrumento de trabalho de todos nós, particularmente importante para algumas profissões, como os professores, cantores e locutores.

Aqui ficam, então, algumas dicas.


O que prejudica a Voz?


Tabaco

Existe evidência científica quanto aos efeitos do tabaco na laringe, nomeadamente às alterações morfológicas e funcionais que ocorrem nas pregas vocais e consequentemente originam uma má qualidade vocal.


Álcool

O consumo diário de álcool, principalmente de bebidas destiladas, como o brandy, wisky e aguardentes, levam ao mesmo conjunto de acontecimentos, descritos anteriormente.


Cafeína

Esta substância, existente no café, chá e coca-cola, tem um efeito de desidratação das mucosas do tracto vocal.


Poluição

A exposição prolongada, face à inalação de vapores tóxicos, (provenientes de fábricas, oficina de automóveis, limpezas domésticas), do pó (das casas; escola, como o pó da utilização de giz e respectivo apagador) e dos fungos e bolores de objectos guardados há muito tempo, em locais pouco arejados; podem constituir agentes agressivos paras as mucosas do nariz, faringe e laringe.


Diferenças de Temperatura

Locais com diferentes temperaturas, como a utilização de câmaras frigoríficas, ou espaços de temperatura elevada com menor (ar condicionado) ou maior grau de humidade (estufas); levam à desidratação das mucosas do nariz, faringe e laringe; estimulando a ocorrência de pigarreio.


Bebidas quentes e geladas

A temperatura do nosso corpo é constante, mas sempre superior àquela existente numa bebida fria/gelada como a água, cerveja ou leite provenientes do frigorífico, provocando uma vasoconstrição da região faríngea e laríngea e assim uma diminuição do lúmen dos espaços de ressonância (limitando amplificação da voz).


Stress

Situações geradores de stress, cansaço, tensão muscular, espasmos musculares, palpitações, suores, etc. acabam por influenciar negativamente a qualidade de voz.


Mau uso e/ou Abuso Vocal

Gritar, falar muito (com poucas pausas), falar muito alto, falar depressa demais, ausência de entoação de melodia (voz monocórdica) .


Sinais de alerta

Sensação de esforço, de secura, de comichão, de queimadura, de corpo estranho na garganta, fadiga vocal (fonastenia), rouquidão progressiva e/ou persistente por mais de 2 semanas, dor persistente na garganta ou durante a deglutição, aparecimento de uma "massa" no pescoço, pigarreio constante; que ocorrendo com alguma frequência, poderão ser indicativos de patologia vocal.


Cuidados a ter com a Voz

Manter uma voz saudável, requer alguns cuidados diários:

Hidratação: beba água, em pequenos golos, ao longo do dia, à temperatura natural (2l/dia);

Faça gargarejos com uma solução salina em água tépida;

Lave as fossas nasais com soluções aquosas (como o soro fisiológico) ou vaporizações diárias;

Reduza a ingestão de bebidas como o álcool, café, bebidas com cafeína, chá preto e bebidas gaseificadas e o consumo de pastilhas à base de menta, que podem provocar desidratação;

Não fume, evite frequentar ambientes com fumo;

Evite ambientes com ar condicionado;

Faça repouso vocal, após o uso prolongado de voz ou uso vocal de intensidade muito forte;

Utilize uma articulação adequada e velocidade de discurso moderada;

Evite usar a voz (em duração e intensidade) sempre que esteja “constipado”, ou em crises de alergias;

Reduza o consumo de condimentos na alimentação (como o piripiri).
Xana.






terça-feira, 15 de abril de 2008

Lei do Divórcio

A "nova" Lei do divórcio vem sobretudo, mudar mentalidades, tarefa muito difícil diga-se de passagem...
Ou seja, esta lei vem no sentido de que não se mantenham casamentos e famílias contra a vontade das partes, dado que um casamento assente numa situação objectiva de ruptura deve ser dissolvido.

A nova Lei do Divórcio passa a ter em conta o princípio de que “ cônjuge que contribui manifestamente mais do que era devido para encargos da vida familiar adquire um crédito de compensação que deve ser satisfeito no momento da partilha”.

O objectivo da medida é “compensar o cônjuge que contribui de forma significativa, a nível de esforço, para a vida familiar”, ou seja, o tempo que despende com os cuidados com os filhos e nas tarefas do lar.

Neste sentido, o projecto de lei lembra a existência de “desigualdade de contributos entre homens e mulheres para a vida familiar.

Com base no relatório do Desenvolvimento Humano 2007//2008 das Nações Unidas, Portugal é um dos países com maior assimetria em desfavor das mulheres em horas de trabalho dentro e fora do mercado.

Segundo aquele estudo, as mulheres despendem mais de uma hora e meia por dia em trabalho do que os homens.

Outros estudos, realizados em Portugal, concluem que somando as horas de trabalho pago com as dos cuidados com a família as mulheres portuguesas contribuem directamente com mais horas do que os homens.

Quanto aos efeitos patrimoniais, em caso de divórcio a partilha passará a fazer-se como se os cônjuges tivessem estado casados em comunhão de adquiridos, mesmo que o regime convencionado tivesse sido a comunhão geral.

O objectivo é que ninguém leve dote ou case para levar dote.

Tendo em conta estes pressupostos, o PS consagrou na nova lei que, nas consequências do divórcio, seja tida em conta a possibilidade de atribuição de créditos de compensação.

Estes serão conferidos com base na "prova indirecta".

Isto é, no caso de não haver acordo entre os cônjuges, "terão de servir de testemunhas no processo de divórcio familiares ou vizinhos que conheçam os hábitos da família em questão e que possam, com o seu depoimento, fazer prova da assimetria existente".

O cálculo do montante a conceder é uma matéria mais complexa.

A dificuldade de quantificação é semelhante à que existe no caso dos danos morais.

Não é possível calcular e, por isso, vai fazer correr muita água na jurisprudência

O que diz a proposta de lei:

1 - O Divórcio por Mútuo Consentimento já não necessita de tentativa de conciliação.
No entanto, se não chegarem a acordo sobre todos os «acordos complementares», o divórcio tem de ser apresentado no tribunal, para que seja o juiz a tomar essas decisões;
2 - Elimina-se a culpa como fundamento do divórcio sem o consentimento do outro, tal como ocorre na maioria das legislações da UE, «o clássico divórcio-sanção».
As discussões sobre culpa, e também sobre danos provocados por actos ilícitos, ficam alheios ao processo de divórcio (podendo ser alvo de um outro);
3 - Considera-se a violência doméstica como motivo para requerer o divórcio, não sendo nessa situação necessário esperar pelo período de 1 ano de ruptura de facto;
4 - O cônjuge que não atingir acordo com o outro terá de optar pelo «divócio ruptura», por «causas objectivas», designadamente a separação de facto, por um período de mais de um ano (e não de 3, como exigia a anterior lei);
5 - Em caso de divórcio por «causas objectivas», a partilha far-se-á como estando casados em comunhão de adquiridos, ainda que o regime convencionado tivesse sido outro.
Diz a proposta que se pretende assim «evitar que o divórcio se torne um meio de adquirir bens»;
6 - No entanto, o cônjuge que «contribui manifestamente mais do que era devido para os encargos da vida familiar, adquire um crédito de compensação que deve ser satisfeito no momento da partilha»;
7 - Quanto aos alimentos entre cônjuges, «afirma-se o princípio de que cada ex-conjuge deve prover à sua subsistência, e de que a obrigação de alimentos tem um carácter temporário».
Mais ainda, diz-se claramente que «o credor de alimentos não tem o direito de manter o padrão de vida que gozou enquanto esteve casado»;
8 - Havendo filhos, assume-se o conceito de responsabilidades parentais como referência central, abandonando-se a «designação desajustada de «poder paternal»;
9 - Considera-se, pela primeira vez, o incumprimento das responsabilidades parentais como crime;
10 - Permite-se um «crédito de compensação» em situações «de desigualdade manifesta entre os contributos para a vida conjugal e familiar dos cuidados com os filhos e trabalho despendido no lar».
E você?

O que tem a dizer sobre estas questões?

Participe!
Xana.




segunda-feira, 14 de abril de 2008

Mulher-Homem Grávido...Imoral? Incrível? Ilegal?


Hoje vamos falar de Tracy / Thomas

Uma mulher / homem de 34 anos.

Grávida (o) de quase seis meses de uma menina.



«Eu serei o pai da minha filha, e a Nancy será a mãe. Vamos ser uma família», disse Thomas Beatie.

Segundo o jornal The Independent, Thomas Beatie decidiu conservar os seus órgãos genitais femininos, quando se tornou transexual.

«A esterilização não é um requisito para a mudança de sexo, por isso decidi fazer uma cirurgia para reduzir o peito e uma terapia com testosterona, mas manter os meus direitos reprodutivos», disse Thomas Beatie, cujo nome antigamente era Tracy Lagondino.
Em conjunto com a sua mulher, Nancy, com quem vive há 10 anos, optou pela inseminação artificial.

Como ela não podia engravidar, ele era a única opção do casal para terem um filho biológico.
Os dois tinham uma vida normal no pacato estado de Oregon, nos Estados Unidos, até tomarem esta decisão.

Depois, queixa-se o futuro pai, começaram a ser discriminados e perderam o apoio até da família.
Mas «querer ter um filho, não é um desejo feminino ou masculino, é um desejo humano», sustenta.

E assim o que começou como um sonho do casal apaixonado, tornou-se num plano.
Tiveram de consultar nove médicos até encontrarem um que os acompanhasse nesta viagem.

O homem chegou a estar grávido de trigémeos, mas perdeu-os, tendo a sua vida ficado em risco.
Agora, a gravidez está a decorrer sem complicações e o nascimento previsto para Julho.

Aqui pode ler mais e ver os vídeos do programa da Oprah, disponibilizados pelo Expresso.










Xana.

domingo, 13 de abril de 2008

Dietas


A percepção e a descodificação que fazemos da nossa auto-imagem é fundamental para a nossa auto-estima e o nosso comportamento social e pessoal.
Queiramos ou não, ao observarmos a aparência de uma pessoa retiramos de imediato uma gama de informações (talvez algumas precipitadas) significativas:

sexo, idade, raça, nivel sócio-económicos e outros. De igual forma, diversas emoções e sentimentos podem ser projectados ou inspirados nesta imagem: simpatia, antipatia, desejo, aconchego, rejeição e outros.


Ao chegar o verão, onde os corpos estão mais expostos, cresce a procura por todo o tipo de produtos para emagrecer.
A procura é tanto maior, quanto maior for a promessa de kilos perdidos num curto espaço de tempo.

Por mais que uma mudança fisica possa promover um aumento de auto-estima e de bem-estar pessoal, é importante que se faça essa avaliação para que se tenha consciência de que o processo de transformação fisico é um, e o processo de mudança psicológico é outro.
Muitos não têm consciência das suas próprias emoções e procuram avidamente uma transformação que se dê de fora para dentro, e os liberte do contacto com angústias e motivações subjectivas.

Antes de tomarmos decisões que possam por em risco o nosso bem-estar, quer fisico quer psicológico,há que ter em conta que qualquer dieta deve ser acompanhada por um endocrinologista,nutricionista e claro está um psicólogo.

Maioria das pessoas precisam de se conhecerem, e de descobrirem a causa do seu sofrimento(angustia, tristeza, ansiedade)), para que depois consigam fazer mudanças nas suas vidas.
Aí sim, uma mudança de "dentro para fora".
Para ser bem sucedida numa dieta, há que,procurar ajuda.
Este, é o primeiro passo!.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Engordar 2 anos emagrecer num mês.



De acordo com um relatório recente da Worldwatch Institute, existem mais de 300 milhões de pessoas obesas em todo o mundo.

Em Portugal, 34,4 % das mulheres têm excesso de peso e 13,4 % são obesas, de acordo com um estudo publicado em Dezembro do ano passado sobre a prevalência da obesidade entre 2003 e 2005.

No caso dos homens, o estudo português revela que o excesso de peso abrange 45,2 % da população masculina, sendo que 15 % dos homens portugueses são obesos.

Ora, quando chegam os primeiros sinais de sol e calor, chegam também os produtos mágicos para emagrecer.
Invadem as montras das farmácias e das ervanárias, prometendo resultados nunca antes alcançados.
Mas não se iluda…

Todos os estudos científicos realizados a suplementos alimentares para emagrecer são unânimes: nenhum resulta !!!
Sem qualquer controlo, estes produtos comportam sérios riscos para quem os toma.

Todos os meses, e em venda livre, surge no mercado um novo suplemento que é anunciado como sendo a fórmula mágica para perder os quilos indesejados.
O consumo excessivo de suplementos pode provocar intoxicações, para além de que não há certezas quanto ao “produto”que está dentro da embalagem porque nenhuma entidade avalia a composição química destes suplementos nem verifica se o que está lá dentro corresponde ao que está no rótulo.
Por isso, as pessoas com excesso de peso ou obesas devem consultar primeiro um profissional de saúde, capaz de avaliar a eficácia e segurança dos suplementos.


O suplemento “Depuralina”foi retirado do mercado, na sequência da notificação de três casos de reacções adversas graves.

Num comunicado conjunto da Direcção-Geral da Saúde, Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura e Infarmed foi oficialmente divulgada a suspensão imediata da venda do suplemento alimentar devido a "fortes suspeitas de associação causal entre a utilização" do produto e o aparecimento de episódios tóxicos graves.

Leia mais aqui.


Em relação aos fármacos parece que, tal como os suplementos, a sua eficácia também não é lá grande coisa…
Estudos da Universidade de Alberta no Canadá realizados para avaliar a eficácia a longo prazo de três medicamentos usados no tratamento da obesidade e do excesso de peso - Rimonabant, Orlistato e Sibutramina - demonstraram que estes fármacos só permitem uma pequena perda de peso de menos de cinco quilos, provocando um aumento do risco de problemas de humor, como a depressão e a ansiedade.

Tudo isto são más notícias para mais de metade das portuguesas estão em dieta permanente, apesar de quase 30 por cento delas terem o peso ideal.
Muitas recorrem a suplementos alimentares, um negócio que só no último ano vendeu quase 850 mil unidades.
No mercado português há cerca de 80 marcas de suplementos para emagrecer, e muitas vezes porque tomámos um, que não resultou, experimentamos outro, e outro, e outro, entrando num ciclo vicioso.
Na Primavera começa o grande lucro para as empresas, atingindo uma média de 280 mil vendas trimestrais.
Já nos meses de Inverno, as vendas descem para os 180 mil unidades adquiridas trimestralmente.


Na guerra contra o excesso de peso, muitas vezes, vale tudo, suplementos, fármacos, chás e as mais diversas combinações.

O que interessa é perder peso…muitos quilos em pouco tempo, de preferência…
Mas para isso importa não esquecer que a actividade física, que não tem efeitos imediatos, é o que mais leva ao sucesso garantido,...a médio, longo prazo...

No ranking mundial dos países com maiores taxas de obesidade, Portugal fica em 88º lugar numa tabela que avalia 194 países.
Já no que toca ao excesso de peso, os portugueses estão em 73º lugar.
Xana.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Consumir droga deve ser crime com prisão?

A coca (Erythroxylum coca) é um arbusto, indígena do Perú, de flores minúsculas, frutos vermelhos e cor branca, que pode atingir entre 1 a 3 metros de altura.As suas folhas, de cor verde intenso, têm cerca de 1 cm
É conhecida pelos indígenas latino-americanos que a mastigam para ter força e mitigar a fome, «adormecer» feridas e dores dentais.
É a folha sagrada dos [indígenas] aymará.

Hugo Chavez, presidente da Venezuela, pediu a Evo Morales, da Bolívia, folhas de coca, e mastigou-as em directo na tv; este é de resto, um hábito matinal do presidente venezuelano,que diz bem alto: A coca, não é cocaína.
É com este apontamento que começámos o X da Questão de hoje.

Segundo apontamento:
As autoridades policiais na Madeira conseguiram retirar do mercado regional, em 2007, mais de 434 mil doses de diferentes drogas, em operações que resultaram na detenção de 120 pessoas, sendo preocupante o aumento do consumo de heroína.

O ano passado e nas várias operações desenvolvidas foram apreendidas cerca de
204 mil doses individuais de haxixe,
cerca de 91 mil de heroína e
mais de 139 mil de cocaína.

A juntar a esta quantidade está a apreensão de duas toneladas de estupefacientes ao largo da Madeira, numa operação desencadeada em conjunto com a Marinha Portuguesa, que resultou na detenção de três cidadãos gregos.

Das 120 pessoas detidas, quatro eram mulheres, sendo que os arguidos são na maior parte portugueses, estando envolvidos ainda indivíduos de 11 nacionalidades.




Na Madeira há uma presença crescente e preocupante de heroína.
Das 8 mortes associadas à droga; só 2 não foram por overdose.

Numa caracterização ao fenómeno do tráfico de droga, destaca-se a significativa presença de heroína, verificando-se um aumento de cerca de 700 % no total apreendido, acompanhado da baixa média etária de utilizadores deste tipo de droga, o que é uma realidade preocupante.
Há uma pressão da oferta sobre a procura, de quem trafica sobre quem faz pequeno tráfico, além de uma frequente utilização do corpo como dissimulador do transporte de droga e um aumento da criminalidade patrimonial associada.
Dos dados avançados no balanço de 2007 constam, ainda, a apreensão de nove veículos e mais de 217 mil euros em dinheiro.

Terceiro apontamento:

A lei da droga de 2000 veio despenalizar o consumo das ditas "drogas leves".
Esta despenalização do consumo de drogas leves não diminuiu nem tráfico nem o consumo de estupefacientes.
É por este motivo, diz o PSD-M que deve voltar a vigorar o artigo que punia com pena de prisão até três meses ou pena de multa até 30 dias, o consumo destas substancias.
Leia a proposta aqui.

A Assembleia Regional pode fazer a proposta à Assembleia da República, mas só esta última pode definir crimes e penas.
A ser aprovada, esta seria a primeira vez que um comportamento de um cidadão é ou não punido, dependo do território onde se encontre.

Por onde passa a solução deste problema que tende a aumentar na Madeira?

Deve-se fazer do consumo um crime com prisão?

Qual será a melhor política de prevenção em relação às drogas?

Como combater?

Como reintegrar?

Tratar a toxicodependência ou mandar para a cadeia?



Notícia na íntegra:
A maioria social-democrata na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) aprova esta quarta-feira uma anteproposta da autoria do Governo Regional que requalifica como crime o consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas.

Para o Governo Regional, a lei anterior não se revelou eficaz na prevenção do consumo destas substâncias», já que a «criminalidade associada ao consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas tem registado um aumento significativo, atingindo níveis alarmantes».

Por esse facto, a anteproposta assinada por Alberto João Jardim realça que ser importante a alteração da «estratégia iniciada com a publicação da lei n/o 30/2000, de 29 de Novembro, requalificando-se como crime o consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas».

«Nesta esteira - continua a anteproposta de alteração de lei aprovada em Conselho do Governo Regional a 27 de Março - entende-se por conveniente repristinar [voltar a por em vigor] o artigo 40/o da Lei n/o 15/93, de 22 de Janeiro, que punia com pena de prisão até 3 meses ou pena de multa até 30 dias, o consumo de plantas, substâncias ou preparações compreendidas nas tabelas I a V do referido diploma».

O Conselho de Governo, com a aprovação desta anteproposta, solicita que seja repristinado o artigo 40/o do Decreto-Lei n/o 15/93, de 22 de Janeiro e revogada a Lei n/o 30/2000, de 29 de Novembro «bem como as demais disposições que se mostrem incompatíveis com o presente regime».





Participe.

Xana.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Temporais, a natureza e o homem.

Quando o mau tempo chega causa transtornos a toda a população.


Com as chuvas torrenciais e os ventos fortes chegam também os cortes de estradas, acidentes de viação, encerramento de escolas e estabelecimentos comerciais, inundações por todo o lado, instalando-se o caos.
Foi o que aconteceu durante esta madrugada e manhã aqui na Madeira.

Com as fortes chuvas, chegam também as fortes críticas em todas as direcções.

Afinal, de quem é a culpa?

Das autarquias que não fazem limpezas regulares às sarjetas, às linhas de água e às ribeiras?

A quem compete a manutenção?

Quem é, ou deveria ser, responsável pela prevenção de deslizamento de terras, sabendo-se que a Madeira é rica em declives elevados?

Como estão ou deveriam estar os sistemas de drenagem das nossas casas, local de trabalho, dos estabelecimentos comerciais, das instituições públicas, como escolas, centros de saúde e hospitais?

Quem deve travar a construção desmesurada e irresponsável?

A impermeabilização dos solos, maus sistemas de drenagem, falta de limpeza e manutenção dos cursos de água, entre outros, são consequências dos continuados abusos da sociedade, da péssima cultura de prevenção e protecção civil e dos governos que ignoram as políticas ambientais.

Hoje, tivemos mais um aviso da natureza, e com o que se prevê em termos de alterações climáticas e desleixo colectivo, pouco, muito pouco faltará para ouitro episódio extremo como aquele de 29 de Outubro de 1993.




Xana.




segunda-feira, 7 de abril de 2008

7 de Abril - Dia Mundial da Saúde.

Este ano o Dia Mundial da Saúde, assinalado esta segunda-feira, 7 de Abril, dirige as suas atenções para os efeitos das alterações climáticas.
Há que proteger, a todo o custo, a nossa saúde dos efeitos adversos das alterações climáticas.





O aumento da temperatura, os furacões, tsunamis e outros desastres e alterações naturais, levam a OMS a fazer um alerta para o aparecimento de doenças em locais onde antes não existiam.
Por cá, na Madeira, uma das consequências é o incómodo mosquito “aedes aegypti”
Há que referir ainda as doenças que já foram erradicadas e que pela grande circulação de pessoas, voltem a instalar-se em regiões onde já não existiam.
Estas novas doenças que se reinstalam, as mutações dos vírus e dos genes estão a trazer doenças tropicais para a Europa e Estados Unidos.

Estas doenças transmitidas por vectores revelam-se muito difíceis de travar se não houver um controlo apertado e rigoroso por parte das entidades de saúde de todos os países.
No caso do recente surto de dengue no Brasil, a situação na Madeira é preocupante, dado que, aqui, já existe o vector da doença, ou seja, o mosquito (aedes aegypti).
As autoridades dizem que fizeram tudo o que podiam fazer, mas o que é facto é que este é um caso de Saúde Pública, e como tal temos de se estar muito atentos e ter disponíveis os mecanismos de resposta imediata para toda e qualquer situação, inclusive, as alterações climáticas.

Durante o fim-de-semana realizaram-se vários rastreios e outras actividades e hoje às 19 horas, na Fnac, o director regional de Saúde Pública, Maurício Melim, dá uma conferência onde volta a falar de 'Prevenção e Controlo de Vectores (aedes aegypti)'.

Mas não é só aos Mosquitos que temos de estar atentos!
Há que controlar a gripe;
Seguir o programa regional de vacinação;
O programa de prevenção e controle de doenças provocadas por vectores,
Fazer uma vigilância sanitária eficaz da água destinada ao consumo humano, das piscinas, da água do mar,
Fazer uma gestão adequada dos resíduos hospitalares,
Uma apertada e contínua vigilância de estabelecimentos alimentares,
E um controlo e monitorização das alergias.

Xana.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Reflexões

Hoje, ao desfolhar uma revista, deparei-me com um texto lindissimo de Fernando Pessoa.

Já não o lia há muito tempo..e cada vez que o leio penso que é exactamente assim que todos nós devemos encarar a vida...

Para mim tem servido de referência, particularmente nos momentos "menos bons da minha vida".
Decidi partilhá-lo convosco, para que vos possa dar algum alento nos momentos em que se sintam perdidos.

Lara.

Aqui fica,então:


"Posso ter defeitos, viver
ansioso e ficar irritado algumas
vezes, mas não me esqueço
de que a minha vida é a maior
empresa do mundo, e posso
evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale
a pena viver apesar de todos
os desafios, incompreensões e
periodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vitima
dos problemas e tornar-se num autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndido da sua alma.
É agradecer a Deus a cada
manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos
próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um
"não".
É ter segurança para receber
uma critica,
mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo-as todas, um dia vou
construir um castelo..."

Fernando Pessoa.

Quem disse que o futebol é só para homens?!




O futebol consegue mover gente e corações.

Ao futebol a afluência é muita, mas o que surpreende é a procura das mulheres pelos estádios de futebol ou pelos jogos na televisão.
Quase todas as mulheres são simpatizantes de um clube, muitas são sócias, e todo o ambiente que envolve uma partida de futebol já é perfeitamente entendido pelas mulheres.

Elas sabem as regras do jogo.
Elas dominam a linguagem do futebol.
Discutir com uma mulher sobre uma partida de futebol já não é raro, e elas sabem muito bem o que dizem…
As mulheres já têm o vício da bola a ponto de jogar futebol, de arbitrar jogos de futebol ou de trabalhar num clube de futebol.

E estes momentos são intensos no universo feminino.
O Boavista foi, sem dúvida, referência para o futebol feminino, tendo levando para casa vários troféus pelas mãos de mulheres.
Um pouco por todo o país há torneios de futebol feminino a nível regional e nacional.

É que no futebol as regras são iguais para todos.
Há lágrimas e abraços dentro e fora das quatro linhas.
Sentir o golo é igual para homens ou mulheres.

Falhar o penalti é o "fim do mundo" para eles e para elas.
Há vitórias e derrotas, sofridas e festejadas.`

E aqui na Madeira tanto eles, como elas, dividem-se entre dois clubes:
"Não há gente como a gente!" e "O maior das Ilhas!".
Um tem "O Sebastião" a preto e branco, o outro tem "O garras".

Nós, hoje no programa, temos a única mulher madeirense que mete tanto as mascotes, como qualquer o plantel na ordem.
Chama-se Nélia Freitas e é arbitro.

E não poderia terminar este post, sem dar os parabéns à Selecçaão da Madeira de Sub 17 em futebol de 7, que é bicampeã nacional.

No grande jogo da final marcaram Mariana Abreu e Laura Luís, do Marítimo e Catarina Alves da Apel.

Parabéns a toda a equipa.


Outra referência:

Campeonato do Mundo de Futebol Feminino.

Organizado pela FIFA, foi realizado pela primeira vez em 1991, na China.
Reúne 16 seleções femininas a cada quatro anos e surgiu como idéia dos delegados da FIFA, durante o campeonato do Mundo de 1986, no México.

O momento alto do torneio e talvez da história do desporto, foi quando a americana Brandi Chastain tirou a camisola e deslizou de joelhos, mostrando o seu sutiã desportivo na comemoração de um pênalti convertido que decidiu a final contra a China em 1999.
Obviamente, é a foto de hoje no blog.

Xana.

Rivalidades no Desporto


O Fanatismo de alguns adeptos por futebol não é novidade.
É histórico e costuma provocar muitas discussões,
seja em jogos de futebol ou até mesmo entre amigos ou casais.
Mas, no entanto, existem explicações sociais e psicológicas para essa paixão exagerada.
O fanatismo pode ser mais forte no futebol.
E um dos motivos para isso é a identificação com os vários clubes de futebol.

A identificação com um determinado clube pode vir de familia - no caso de um pai ser de um determinado clube e que influencia o filho.
No caso do futebol, há um lado social nisso tudo,devido ao facto do futebol ser um desporto de massa.

As manifestações de entusiasmo com o futebol podem não trazer consequências graves nem significar problemas.Mas também podem ser negativas e até mesmo patológicas. A paixão por um clube ultrapassa os limites do que é saudável quando começa a trazer sofrimento para o adepto, como no caso em que pessoas ficam deprimidas porque o seu clube perdeu um jogo.

Quando acontece uma situação em que há sofrimento por parte do adepto pode haver por detrás uma questão maior, que se manifestaria através de alguma área, não necessariamente na forma de algo relacionado ao futebol.Qualquer pessoa que chegue a um extremo de fanatismo deve parar e reflectir se aquilo é tão importante assim.

Situações de violência são também um extremo do que pode vir a significar o fanatismo.Estas "lutas" entre adeptos são incentivadas pela rivalidade comum aos adeptos de clubes diferentes e que atiça ainda mais a vontade de defender o seu clube.

É comum que, quando várias pessoas se juntem, tendam a agir de uma maneira diferente da que agiriam se estivessem sózinhas,o que caracteriza uma espécie de catarse colectiva.

Uma coisa é o comportamento individual. Outra é o que cada um de nós faz quando todas as pessoas estão a fazer. Quando a pessoa está num grupo maior,sente-se legitimada a ter um comportamento que normalmente não teria,isto pode ir desde comportamentos de envolvimentos fisicos como também de insultos.

Claro que o entusiasmo dos adeptos pode influenciar de uma forma positiva o desempenho dos jogadores quando actuam em campo.

Hoje em dia,cresce a tendência das pessoas irem para os campos de futebol "descarregarem" as tensões e emoções do dia a dia,havendo como que uma necessidade de interacção social , em vez de se divertirem e viverem de uma forma saudavel o desporto.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Assumir a homossexualidade

A homossexualidade, é um tema delicado e que deixa a maior parte das pessoas desconfortáveis.

O preconceito e discriminação que ainda hoje em pleno séc.XXI, os homossexuais estão sujeitos,provoca um conflito interno com a sua orientação sexual,podendo ser vivido com sofrimento. Sofrimento este que, envolve a auto-imagem do individuo e o saber lidar com as pressões que terá de enfrentar ao assumir a sua homossexualidade.

Assim sendo, não é na orientação sexual dos homossexuais que reside o problema, mas sim o preconceito social no meio do qual o sujeito vive.

No meu entender, cada um deve ser livre de poder disfrutar em pleno a sua sexualidade. Quer seja homossexual ou não.

Para mim, não existem diferenças.

Lara Santos.

Sexualidades...

O vídeo que aqui está, é o tema do programa de hoje.
Seguindo o rasto do tema de ontem, a mentira, hoje vamos tentar perceber porque motivos as/os homosexuais são tantas vezes obrigados a mentir.
Seja em nome da família, seja pela sociedade ou pelos medos da sua própria sexualidade.

Digo já que, no meu entender, ser homosexual não é uma opção.
Não creio que alguém "opte", escolha, defina a sua sexualidade.
Também não é uma "tendência".
Não há nada de errado com a homossexualidade para que alguns a considerem uma doença ou um "desvio".
O que eu defendo é que ser homossexual, heterossexual ou bissexual é pura e simplesmente uma índole sentimental e sexual.
Portanto da mesma forma me respeita um hetero, um "bi" ou um "tri", é igual e recíproco o respeito que lhe devolvo.
Não estabeleço diferenças por causa desta ou daquela índole sexual.
Para mim são todos iguais.
Simplesmente um homem.
Simplesmente uma mulher.


Veja o vídeo aqui.

Xana.

terça-feira, 1 de abril de 2008

A mentira.(1)

"Mentir não é só dizer aquilo que não é.
É também, e sobretudo, dizer mais do que aquilo que é e , do que diz respeito ao coração humano, dizer mais do que se sente.
É isso que fazemos todos, todos os dias, para simplificar a nossa vida."
Albert Camus.

Hoje vamos obviamente falar do dia das Mentiras, 1 de Abril, um dia no qual nos é permitido mentir mais, muito mais, do que nos restantes dias das nossas vidas.
Segundo um estudo feito pela companhia britânica Beverage Brands, todas as pessoas mentem cerca de 4 vezes por dia.
Quando alcançam os 60 anos de vida, já mentiram pelo menos 88 mil vezes.
Como muitos previam, os homens mentem mais vezes do que as mulheres.
Em média, os homens mentem 5 vezes por dia; as mulheres mentem 3 x dia.
Portanto todos nós mentimos... mas há uma boa notícia...
A mentira exercita o cérebro.

É verdade, fazendo um "rx" ao cérebro, um grupo de investigadores norte-americano descobriu que há diferenças entre as pessoas que mentem e as que dizem a verdade;
uma delas é que os mentirosos usam mais áreas do cérebro do que os que dizem a verdade.

O estudo recorreu à convencional ressonância magnética para verificar que as alterações visíveis no cérebro mostram se as pessoas estão a mentir, ou não.
A conclusão a que chegaram estes investigadores poderá também contribuir para o desenvolvimento de uma nova tecnologia para detectar mentiras, afirmaram à Reuters.
O estudo foi feito em 10 voluntários, sendo que a seis deles foi pedido para dispararem uma arma de brincar e mentirem afirmando que não o tinham feito.
Aos restantes três, que observavam a experiência, foi pedido que contassem a verdade acerca dos factos observados.
O último dos 10 voluntários iniciais foi excluído da experiência.
Ao darem o seu testemunho, os voluntários foram submetidos a um polígrafo e à ressonância magnética, que proporciona uma imagem em tempo real da actividade exercida pelo cérebro.
A conclusão a que chegaram estes investigadores é que há claras diferenças entre os cérebros das pessoas que mentem e das que falam verdade.
Mas a segunda conclusão que puderam retirar é ainda mais curiosa; no grupo das pessoas que mentiram foram encontradas sete áreas do cérebro em actividade, ao passo que nas pessoas que disseram a verdade, apenas quatro áreas cerebrais estiveram activas.
Isto significa que, as pessoas que mentem exercem maior esforço mental do que as que dizem verdade.Ao mentir, as pessoas exercitam a parte frontal, média inferior, pré-central, "hippocampus", "regiões média temporal", "limbic" e até zonas de actividade "emocional" do cérebro.
Por seu turno, as pessoas que disseram a verdade, activaram outras partes do cérebro e em menor número.
Em relação à mentira prefiro pensar assim:
"Mais vale viver uma realidade amarga do que uma ilusão doce"
Contudo sobre a mentira há muito que se lhe diga... (Ultimamente ando a fazer umas rimas inconscientemente...)
Aqui ficam alguns pensamentos e um texto para reflexão.
Participe .
Xana.
"A mentira tem pernas curtas"
Popular
"Uma mentira dá meia volta ao mundo antes que a verdade tenha tempo de se vestir"
Sir Winston Churchill
"Qualquer um, pode dizer a verdade, mas é necessário um espírito hábil para dizer uma boa mentira"
Samuel Butler.

"As convicções são mais perigosas para a verdade do que as mentiras".
Friedrich Wilhelm Nietzche
Leia mais no DN Online (Continente).
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Ainda sobre a mentira, deixo-vos aqui excertos de um texto de Rui Carreteiro:
..."Começando pelos falsos elogios - p.ex, essa saia fica-te mesmo bem -, passando pelas desculpas "esfarrapadas" - p.ex., não pude fazer os trabalhos de casa porque faltou a luz - ou pelas mentiras descaradas, chegam mesmo existir casos em que os pais, que parecem tão preocupados quando os filhos mentem, os incitam a mentir - p.ex. quando lhes pedem para dizer que eles não estão em casa.

A mentira pode surgir por várias razões:
-receio das consequências (quando tememos que a verdade traga consequência negativas), -insegurança ou baixa de auto-estima (quando pretendemos fazer passar uma imagem de nós próprios melhor do que a que verdadeiramente acreditamos),
por razões externas (quando o exterior nos pressiona ou por motivos de autoridade superior ou --por co-acção),
-por ganhos e regalias (de acordo com a tragédia dos comuns, se mentir trás ganhos vale a pena mentir já que ficamos em vantagem em relação aos que dizem a verdade)
-ou por razões patológicas.

Na infância mentimos para nos isentarmos das culpas.
Muitas vezes os adolescentes descobrem que a mentira pode ser aceite em certas ocasiões e até ilibá-los de responsabilidade e ajudar a sua aceitação pelos colegas.
Algumas crianças e adolescentes que geralmente agem de forma responsável, podem cair no vício de mentir repetidamente ao descobrir que as suas mentiras saciam a curiosidade dos pais.
Para alguns investigadores, as crianças aprendem a necessidade de mentir (p.ex. não demonstrar descontentamento com as prendas recebidas sob pena de não receberem mais) tão cedo quão mais inteligentes forem.

Face à sua frequência, existe uma certa tendência para banalizar ou até catalogar a mentira como positiva - a "mentira branca" é considerada como uma forma de facilitar a integração na sociedade, e muitas vezes os que não a utilizam são catalogados como ingénuos -, mas há que não esquecer que durante toda a história da humanidade a mentira causou muitos sofrimentos e fez derramar muitas lágrimas sobretudo quando projectada sob a forma de calúnia

Quando as crianças ou adolescentes mentem, os pais devem conseguir distinguir entre a realidade e a mentira e falar abertamente com eles sobre os aspectos pejorativo da mentira, e as vantagens que a verdade lhes trará. Em casa a criança deverá encontrar exemplos de verdade e honestidade que fomentem a sua atitude de sinceridade.

Durante os primeiros anos as crianças não distinguem a realidade da fantasia, mas cedo começam a utilizar a mentira por proveito próprio. Sensivelmente por volta dos 7 anos as crianças já têm capacidade para distinguir claramente o verdadeiro do falso, e os adolescentes passam a conseguir discernir com relativa facilidade quem está a mentir ou a ser sincero.

A mentira existe ao longo de toda a escala patológica.
A saúde mental só é compatível com a verdade. De nada serve querer acreditar que o nosso familiar não faleceu quando na realidade isso não é a verdade, de nada serve acreditarmos que somos capazes voar se na realidade não temos asas.

Nos estados neuróticos, a mentira pode surgir com base numa incapacidade da consciência aceder a factos recalcados e que se encontram no nosso inconsciente, ou por problemas de auto-estima e auto-imagem que despoletam a necessidade de fazer passar uma auto-imagem melhor do que a que acreditamos ter.
Nos estados limite, a mentira aparece frequentemente devido à falta de barreiras externas que balizem o comportamento. Esta situação surge frequentemente em filhos de pais muito repressivos ou demasiadamente permissivos.
Nas psicoses, a mentira surge na forma de delírio, uma descrição que as próprias pessoas admitem como verdadeira, apesar do seu aspecto frequentemente bizarro, devido a uma quebra de contacto com a realidade

A mentira pode ainda surgir como uma dependência, quando dita de uma forma compulsiva.
Os dependentes da mentira sabem que estão a mentir mas não se conseguem controlar, num processo que surge de uma forma muito semelhante ao do vício do jogo ou à dependência de álcool ou de drogas.
Esta incapacidade em controlar os impulsos é causadora de um sofrimento nítido razão pela qual deve ser alvo de tratamento. Nos dependentes da mentira, o primeiro passo a dar consiste em assumir que existe um problema e de seguida procurar ajuda para esse mesmo problema.
A nível da abordagem terapêutica o tratamento passa geralmente pela realização de uma terapia psicológica.