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terça-feira, 1 de abril de 2008

A mentira.(2)

Quando falamos em mentira,surge a derradeira questão:
Qual de nós ainda não mentiu?.

Esta é uma pergunta quando feita frontalmente deixa o "comum dos mortais" embaraçado.
O grande filósofo alemão Nietzche chegou a alegar, que ás vezes, mentimos para não sermos descorteses.
Na realidade conseguir gerir a sinceridade, a mentira e a "pretenciosa mentira piedosa" causa um conflito que ocasiona uma pseudo verdade que, na interpretação final,pode ser encarada como mentirosa.É na infância que começa o grande processo da formulação daquilo que mais tarde vai dar origem a mentira.

A mentira instalou-se na nossa sociedade e nas nossas vidas de uma maneira tão frequente que tornou-se banal.Segundo algumas estatisticas,mentimos cerca de 200 vezes por dia e em média uma vez por cada 5 minutos.

Parece-lhe muito?. mas não é.
Se tivermos em conta os falsos elogios, as mentiras esfarrapadas e mentiras descaradas.Há pais que inconscientemente incitam os filhos a mentir, quando por exemplo lhes pedem para dizer a alguém que não estão.

A mentira surge associada a diferentes factores que podem ser:

-receio das consequências (verdade traga consequências negativas).
-razões externas
-insegurança ou baixa auto-estima
-Por ganhos e regalias
-Razões Patológicas.

A mentira pode ser um vicio, como o álcool ou a droga,quando é dita de forma compulsiva, ou seja quando a pessoa tem consciência de que está a mentir mas não consegue controlar esse impulso.
Nestes casos, provoca sofrimento ao próprio mentiroso compulsivo e nas pessoas mais próximas dele, embora seja uma doente passivel de ser tratada, tanto ao nível da psiquiatria como ao nivel da psicologia clinica.

O primeiro passo para o tratamento é a pessoa assumir que é dependente da mentira e querer libertar-se de algo que a tem vindo a prejudicar. A mentira funciona como uma bengala, e o tratamento é a procura do auto-conhecimento que permite que a pessoa se liberte.
Um mentiroso compulsivo "não tem perda de juizo, pode é ter perda de capacidade de controlo".Logo o primeiro passo para se tratar é reconhecer que tem uma perturbação ao nivel do controlo dos impulsos.

A mentira é um factor anti-social,podendo isolar a pessoa, apesar deste isolamento só depender dos estragos que provoca á sua volta.

A mentira prejudica mais a nivel individual do que social, uma vez que limita o contacto da pessoa com a realidade, afastando-a daquilo que ela é.
Em termos Psicológicos, o vicio é associado a uma personalidade mentirosa.

Cada um de nós pode utiliza cada vez mais a mentira devido a perda de valores na educação,valoriza-se o ter em detrimento do ser.

Nas crianças, a mentira aparece como parte do seu crescimento mas num adulto pode ser sinal de uma personalidade com má estruturação, ou tão só de falta de valores e reflexo de uma personalidade desonesta.

Hoje dia 1 de Abril,comemora-se porventura a mais inocente e inofensiva das mentiras e aquela que é usada como brincadeira social.

Aproveitem este dia para se divertirem e para dizerem umas mentirinhas inofensivas...mas nos restantes dias portem-se bem! e sejam verdadeiros,acima de tudo,com vocês próprios!

Lara Santos.

2 comentários:

Anónimo disse...

"entre uma verdade cruel e uma mentira piedosa,prefiro ignorar as estatisticas e acreditar na publicidade"....

Lara Santos disse...

olá anónimo,
muito bem!ora aqui está uma maneira interessante de ver a questão.Quando acreditamos em alguma coisa é preciso ter consciência daquilo em que se acredita, para não "correr" o risco de estarmos a viver uma mentira.Cada um, é livre de acreditar naquilo que quer e naquilo que, naturalmente, o faça sofrer menos.
Continue a participar sempre!