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segunda-feira, 3 de março de 2008

"Mais Platão menos Prozac" é o título de um livro, que é também hoje o nosso X da questão.
Será a Filosofia uma alternativa aos antidepressivos, à Psicologia, ou à Psiquiatria?
Um estudo recente diz que os antidepressivos não são eficazes, enquanto em Portugal já vão aparecendo "Consultórios" Filosóficos.
A Associação Portuguesa de Aconselhamento Ético e Filosófico (APAEF) foi criada em 2004 no Gabinete de Mestrados do Departamento de Filosofia na Universidade Nova de Lisboa.
O número reduzido de conselheiros filosóficos em Portugal é fruto da “novidade” da área que, só a partir de 2005 começou a ter alguma visibilidade nos meios de comunicação social.
No entanto, a filosofia sempre foi “praticada", nomeadamente através da publicação de livros e da realização de conferências.
A novidade reside no facto de a intervenção agora ser feita através de uma “relação directa”, tipo consulta.
Contudo, aquilo que separa este tipo de intervenção daquela que é feita noutras áreas sociais reside nas “competências filosóficas”, ou seja, na “racionalidade” colocada ao serviço da organização das emoções, na promoção da auto-crítica e da distanciação em relação aos problemas em análise.
A “filosofia aplicada” pode ser positiva se entendida num “plano geral”, ou seja, como “transformação geral da sociedade”; até porque, boa parte das pessoas não tem instrumentos de análise interior.
Todos temos dúvidas filosóficas, mas isso não significa que sejamos doentes.
Perfil deLou Marinoff é professor de filosofia na Universidade de Nova Iorque. Este pioneiro do movimento pró-filosófico na América do Norte, premiado com vários galardões no decorrer da sua carreira, é também presidente e fundador do American Philosophical Practitioners Association. Com pouco mais de 30 anos formou-se em Física. Conseguiu, então, uma bolsa para realizar um doutoramento em filosofia da ciência na Universidade de Londres. Depois de doutorado, aos 40 anos, começou a trabalhar na Universidade de Columbia Britânica, em Vancouver, onde manteve ligações a um instituto de ética aplicada. O seu livro «Mais Platão, menos Prozac» vendeu 500 mil exemplares nos Estados Unidos e está traduzido em 25 línguas.

Antidepressivos tão eficazes como placebo?

Estudo aponta uma fraca eficácia de medicamentos com o Prozac.

Os antidepressivos de nova geração, como o Prozac e o Seroxat, não são mais eficazes do que placebos na maioria dos doentes de depressão, segundo um estudo da universidade britânica de Hull.
"A diferença na melhoria entre os pacientes que tomam placebos e os que tomam antidepressivos não é significativa. Isso significa que as pessoas que sofrem de depressão podem passar melhor sem um tratamento químico", explicou o professor Irving Kirsch, do departamento de Psicologia da Universidade de Hull.
Kirsch faz parte de um grupo de especialistas que analisou os dados publicados e não publicados relativos a 47 ensaios clínicos de inibidores selectivos da recaptura da serotonina (ISRS).
Ou seja, antidepressivos da terceira geração com alguns do princípios activos mais prescritos, como a fluoxetina (Prozac), venlafaxina (Efexor), a paroxetina (Seroxat) e a nefazodona (Serzone).
Segundo o estudo, publicado pela revista "Public Library of Science-Medecin", os ISRS não são mais eficazes que placebos nas depressões ligeiras e na maior parte das depressões graves.
No caso das depressões muito graves, a diferença de resposta deve-se mais a uma menor reacção dos pacientes ao placebo do que a uma reacção positiva aos antidepressivos.
"Tomando por base estes resultados, parece não haver justificação para a prescrição de tratamentos antidepressivos, com a excepção das pessoas com depressão muito grave, a menos que os tratamentos alternativos não tenham produzido melhoras", explicou Irving Kirsch neste estudo agora publicado.
Mais uma das nossas dúvidas...
Em que ficamos?!
Xana.

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