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sexta-feira, 7 de março de 2008

Dia da Mulher. 8 Março.


DONA GUIOMAR.

Guiomar Madalena De Sá Vasconcelos Bettencourt Machado Vilhena. (1705-1789)

«Era abastada madeirense que mercê de um secular processo de concentração de morgadios, sucedeu na administração dessas terras vinculadas, revelando-se não só como uma gestora desses bens fundiários, mas sobretudo, como mulher de grande actividade comercial, fazendo concorrência à colónia inglesa que detinha o principal comércio da Ilha, sobretudo relacionado com o vinho»

Aproveitou as terras da então desaproveitada Quinta das Angústias mandando restaurar as casas que iam da capela de Santa Catarina até à Quinta da Vigia (hoje sede do governo Regional, até ao mirante que ficou conhecido por «Mirante de Dona Guiomar» já assinalado no séc. XVIII em mapas, pois detinha ancoradouro. A Dona Guiomar se deve a introdução da casta malvasia que se deu particularmente bem naquelas terras.
«Era possuidora do último engenho de açúcar ainda existente na Madeira (Ribeira dos Socorridos.»
Desenvolveu a economia da Ilha, e soube com coragem e determinação lutar para ultrapassar os preconceitos da sua condição de mulher empresária.
«Perdeu, nos negócios, algumas pratas e jóias, vendeu algumas das casas que reconstruíra no Funchal, mas os bens vinculados permaneceram invioláveis e puderam, mais tarde, passar para os herdeiros, um dos quais o conde Carvalhal, não só vendeu a Quinta das Angústias, como também a do Palheiro Ferreiro, hoje em dia morada de ingleses, grandes comerciantes.»
(Paulo de Freitas, ex-director da Casa-Museu Frederico de Freitas- Funchal)
[Texto que acompanha o selo na emissão de Europa 96 - Mulheres Célebres, em 03/05/1996]

A FERREIRINHA
Antónia Adelaide Ferreira (1811-1896)

Antónia Adelaide Ferreira, empresária vinhateira portuguesa, nasceu em 1811.
Ficou famosa por se ter dedicado ao cultivo do vinho do Porto e introduzindo notáveis inovações.
Nasceu numa família abastada do Norte com créditos no cultivo da vinha para vinho do Porto.
O pai, José Bernardo Ferreira casou-a com um primo, mas este não se interessou pela cultura da família e delapidou alegremente parte da fortuna.
Adelaide teve dois filhos e quando ficou viúva com 33 anos despertou nela a sua verdadeira vocação de empresária.
Sabe-se que a "Ferreirinha", como era carinhosamente conhecida, se preocupava com as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas.
Com o apoio do administrador José da Silva Torres, mais tarde seu segundo marido, Adelaide Ferreira lutou contra a falta de apoios dos sucessivos governos, mais interessados em construir estradas e comprar vinhos a Espanha.
Lutou contra a doença da vinha, a filoxera e deslocou-se a Inglaterra para se informar de meios mais modernos de combate à moléstia, bem como processos mais sofisticados de produção do vinho.
A "Ferreirinha" investiu em novas plantações de vinhas em zonas mais expostas ao Sol, não descurando as plantações de oliveiras, amendoeiras e cereais.
A Quinta do Vesúvio, a mais famosa das suas propriedades era por ela percorrida e vigiada de perto.
Em 1849 a produção vinícola era já de 700 pipas de vinho.
Mercê de bons acordos, grande parte dos vinhos foi exportada para o Reino Unido, ainda hoje o primeiro importador de Vinho do Porto.
Quando faleceu, em 1896, deixou uma fortuna considerável e perto de trinta quintas.

No Douro para o mundo passou a lenda da sua tenacidade e bondade.
A RTP exibiu uma série a ela dedicada, em 2004, da autoria de Francisco Moita Flores.


VEUVE CLICQUOT
Nicole-Barbe Ponsardin (1777-1866)

Nicole-Barbe Ponsardin, conhecida por Viúva Clicquot, foi a primeira empresária francesa da era moderna.
Casou em 1772 com Filipe Clicquot detentor de vastas áreas vinícolas na região de Reims.
Enviuvou aos 27 anos, em 1805, e exigiu permanecer à frente dos negócios.
Com a família criou uma sociedade para a comercialização dos vinhos da região de Champanhe que lhe viriam a dar fama internacional.
Um filho casou com Nicole Barbe-Ponsardin.
A Casa Clicquot passou então a denominar-se "Veuve Clicquot-Ponsardin".
Soube incutir na família o gosto e o saber pela cultura da vinha.
A corte russa dos czares foi uma das principais compradoras, bem como o imperador Frederico-Guilherme IV da Prússia.
Já detentora de enorme fortuna edificou um castelo estilo renascença em Reims onde viveu com a família.
É considerada "La Grande Dame de la Champagne".

O seu nome, cara leitora ou ouvinte-leitora, também cá está.

Sim.


Por ser o que é, não só por ser mulher, mas fundamentalmente por saber ser mulher.


É para as Marias, Joanas, Patricias, Susanas, Sílvias, Paulas, Luisas, Claudias, Alexandras, Lauras, Catarinas, Martas, Lilianas, Carolinas, Anas e Anitas.


Se festejarem com champagne, (e se o vosso orçamento der para tal, pois não é dos mais acessíveis...) façam um brinde com Veuve Clicquot. É seco mas tem um "toque" excelente...






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