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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Apoio Psicológico aos Polícias.Suicidio.




Sábado à noite, um agente da PSP da Esquadra do Funchal suicidou-se na sua casa ingerindo um produto tóxico.
Tinha 43 anos, deixou um bilhete a se despedir dos familiares e amigos.
Quem o encontrou já morto foi o filho mais velho...

O polícia estava com uma depressão, precisando de apoio e orientação psicológica.
A sua mulher há cerca de 2 meses também se suicidou.
Tinha 2 filhos menores, agora órfãos.
Os problemas pessoais e familiares, o 'stress' da vida e da profissão acabaram em tragédia para estas duas crianças com 16 e 4 anos que se vêem agora numa situação terrível. Sem pai e sem mãe...


Pode ler a notícia na íntegra aqui.
http://www.dnoticias.pt/Default.aspx?file_id=dn04010206250208


Jorge Silva, da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP-PSP), faz questão de afirmar que "há uma falta gritante" no acompanhamento psicológico aos polícias.
Onde estão os profissionais que devem e sabem dar apoio psicológico?


E os responsáveis pela criação de mecanismosde articulção aos gabinetes de apoio psicológico?

Ser polícia na Esquadra de Investigação Criminal (EIC) da PSP é mais stressante do que integrar o Corpo de Intervenção (CI), que actua em operações policiais consideradas de risco.
O stress na Polícia pode conduzir a doenças físicas e psicológicas, ao vício do álcool e, até, ao suicídio.
A conclusão consta num estudo do Centro de Formação e Investigação em Psicologia concluído em Setembro último, que entrevistou 336 polícias do CI, das EIC e da Banda de Música (BM) da PSP para perceber ‘O Impacto do Stress Profissional no Bem-Estar dos Polícias’.

A partir de 2002, os suicídios duplicaram em Portugal. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 90 % dos suicídios tem por detrás perturbações mentais e não apenas stress profissional. Há mais mortes por suicídio do que por homicídio.


Os comportamentos suicidários, tais como o suicídio, o para-suicídio e outras formas de comportamentos de risco, constituem um dos maiores flagelos da sociedade contemporânea.
Conhecer, desmistificar, reconhecer os sinais, saber a quem recorrer, onde fazê-lo e como ajudar alguém que connosco se cruza no dia-a-dia mostrando sinais de dor, angústia, solidão, desespero, saber lidar com a morte de alguém próximo, são o X da questão.



Saiba quais os Factores de Risco :


Psicopatológicos

1. Depressão endógena, esquizofrenia, alcoolismo, toxicodependência e distúrbios de personalidade;
2. Modelos suicidários: familiares, pares sociais, histórias de ficção e/ou notícias veiculadas pelos média;
3. Comportamentos suicidários prévios;
4. Ameaça ou ideação suicida com plano elaborado.


Pessoais

1. Ter entre 15 e 24 anos ou mais de 45;
2. Pertencer ao sexo masculino e raça branca;
3. Morte do cônjuge ou de amigos íntimos;
4. Escolaridade elevada;
5. Presença de doenças terminais (HIV, cancro etc.);
6. Hospitalizações frequentes, psiquiátricas ou não;
7. Família actual desagregada: por separação, divórcio ou viuvez.


Psicológicos

1. Ausência de projectos de vida;
2. Desesperança contínua e acentuada;
3. Culpabilidade elevada por actos praticados ou experiências passadas;
4. Perdas precoces de figuras significantes (pais, irmãos, cônjuge, filhos);
5. Ausência de crenças religiosas.



Sociais

1. Habitar em meio urbano;
2. Desemprego;
3. Mudança de residência;
4. Emigração;
5. Falta de apoio familiar e/ou social;
6. Reforma;
7. Acesso fácil a agentes letais, tais como armas de fogo ou pesticidas;
8. Estar encarcerado.



Conheça os Sinais de Alerta

Detectar os sinais de alerta e intervir de forma eficaz é uma tarefa importante que poderá salvar vidas.

A impulsividade é um dos factores importantes a ter e conta, pois ela modela a rapidez com que se passa do pensamento ao acto, podendo constituir um factor de risco acrescido ou um factor de protecção.

O nível de energia é também um factor importante a ter em conta. É na fase de remissão da depressão que o risco de suicídio aumenta, aumentando também o nível de energia que facilitará o acto suicida. Da mesma forma, quando os sintomas depressivos pioram também o risco aumenta em consequência de mais uma derrapagem no percurso doloroso da depressão.

Os principais sinais de alerta podem ser apreendidos através de sinais, tais como comentários acerca da morte ou suicídio.
Ao contrário do que a maioria das pessoas julga, os suicidas expressam algo sobre as suas intenções.

Os preparativos para a morte são por vezes um dos sinais mais preocupantes, tais como a preparação de documentos, dar objectos pessoais de valor sentimental elevado ou escrevendo cartas ou notas aos amigos.

Alguns sinais exteriores podem evidenciar risco, tais como a sensação desesperança, ansiedade intensa, auto-desprezo, apatia ou entorpecimento, assim como tristeza intensa, comportamento impulsivo e mudanças rápidas de humor.

Órfãos. A dor.

Não saber lidar com a dor.
Os adultos frequentemente acreditam que as crianças esquecem os
seus pais depois de alguns meses. Há pouco
entendimento sobre a dor sentida pelas crianças e/ou como elas
expressam essa dor em diferentes idades.
Em geral, a luta dos adultos para lidar com a sua própria dor é tão grande que não
conseguem lidar com a dor das crianças.
Por outro lado, as crianças
muitas vezes não conseguem falar sobre os seus sentimentos.

Os efeitos psicológicos e emocionais sobre as crianças podem incluir:

- Depressão, tristeza e choro.
- Estar sempre a pensar a respeito da morte.
- Afastamento e isolamento.
- Auto-estima baixa.
- Raiva e comportamento descontrolado ou anti-social.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelo programa!A xana tem uma voz linda!Um tema que podem falar é sobre a gravidez na adolescência.

Xana Abreu disse...

Obrigada, anónimo.
Pode ter certeza que vamos falar desse tema.Aliás a gravidez na adolêscencia será abordada várias vezes e para além de ter uma emissão como tema único.
Participe no blog e/ou no programa.
Obrigada.
Xana.